A autorização para que a guarda municipal do Recife volte a utilizar arma de fogo vai beneficiar os agentes de trânsito da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU). Como fazem parte do corpo da guarda, os agentes terão o mesmo direito dos guardas patrimoniais e da brigada ambiental. A possibilidade de voltar a ter uma arma na cintura deverá impor mais respeito perante os motoristas, principalmente nos tempos atuais, onde no lugar de condutores nos encontramos verdadeiras feras ao volante. Não é à toa que, desde sua criação, em 2003, a CTTU já teve pelo menos três agentes baleados por condutores multados ou quase autuados. Nesta quinta-feira, às 11h, convênio entre a Polícia Federal e a Prefeitura do Recife será assinado para o uso da arma.
Muitos leitores devem estar pensando que, com o porte de arma, agora é que ninguém segura a arrogância e os abusos dos agentes de trânsito. Não vou entrar nessa discussão. Até porque, para muitos motoristas, especialmente aqueles que adoram desrespeitar as regras de trânsito, existe uma indústria de multas. Para quem vive o trânsito, há é uma indústria de infrações praticada livremente por muitos da população. O fato é que, o agente de trânsito é autoridade e merece respeito. Com a arma na cintura ele se sentirá mais seguro. Veja o exemplo dos policiais militares que atuam no trânsito, como os do BPTran e BPRv. Eles impõem muito mais respeito aos condutores.
O comandante da Guarda Municipal do Recife, Flávio Romárico, confirma esse raciocínio. “Nos tempos atuais, a arma é fundamental para os profissionais que lidam com a segurança pública. Isso é fato. A arma é um mecanismo de segurança importante. Tanto para o guarda patrimonial, quanto para o da brigada ambiental e o que atua no trânsito. Temos inúmeros casos de agentes que sofrem intimidação de motoristas e tivemos exemplos de agressão física e até mortes”, defende.
O uso da arma, entretanto, não será imediata. Os guardas municipais terão que passar por uma preparação física, técnica e psicológica para portar a arma. “O porte é institucional, assim como acontece com a Polícia Militar. Todos os guardas municipais serão capacitados para portar e usar armas de fogo, independente da função em que ele vá atuar na instituição”, explica Flávio Romárico. O curso tem que ser ministrado por instrutores credenciados pela PF. Depois de aprenderem a atirar e portar uma arma, os profissionais serão submetidos a avaliações psicológicas. Atualmente, a Guarda Municipal do Recife possui 982 homens, sendo que 392 atuam como agentes de trânsito. Outros 200 guardas aguardam para serem nomeados desde 2011 e mais 200 foram aprovados em concuros, devendo começar a trabalhar até o fim de maio.